TEM PESSOAS QUE AMAM AS PESSOAS ENQUANTO ELAS TEM UTILIDADE EM NOSSAS VIDAS MAS O AMOR NAO É ISTO. VOCE PODE DEIXAR DE CAMINHAR , NAO PODE FAZER MAIS A COMIDA FAVORITA PRA SUA FAMILIA. É AI QUE SOBRA O AMOR. A HORA QUE PASSA A NOSSA UTILIDADE QUE ENCONTRAMOS QUEM NOS AMA. QUANDO EU DEIXO DE SER ATRATIVO NA VIDA DAS PESSOAS PERSISTIRA O AMOR. SE VOCE PERDER OS SEU TALENTOS , ACREDITE, QUE ENQUANTO SOBRAR AQUILO QUE VOCE É, VAI SOBRAR O SEU VERDADEIRO SIGNIFICADO COMO PESSOA. O QUE VOCE FAZ É O SEU VERDADEIRO SIGNIFICADO. O QUE A GENTE FAZ É MAIOR DO QUE AS PESSOAS PENSAM DE NÓS. A FÉ
SuellyMárquêz

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sexta-feira, abril 18, 2008

SAUDADES DOS KAIABI- DIA DO INDIO- SALVE O ALTO XINGÚ


A viagem, descendo o rio, um mergulho no paraíso. As praias surgem a partir de maio e vão até setembro, quando as chuvas recomeçam e o rio sobe e invade as matas. As areias finíssimas, alvas e com pequenas dunas onde pousam garças e uma infinidade de pássaros silvestres emolduram a mata fechada. A duas horas do Posto Diauarum, aparece o Suiá-Miçu, afluente do majestoso Rio Xingu. Mais uma hora, despontam as primeiras malocas da aldeia rikô, da tribo suyá.
O cacique é Kuiussi pintado com urucum, para espantar os enxames de mosquitos. Farta cabeleira negra penteada até os ombros, a narina esquerda sem um pedaço, sem que isso o faça mais amedrontador. Kuiussi chegou ao Xingu com 2 anos. Sua tribo desaparecia aceleradamente. Cláudio Villas-Boas livrou os suyás da extinção. Hoje eles são quase 300 orgulhosos sobreviventes. Até a língua suyá, que morria, revigorou-se.Economia
Os kaiabis são mestres em panelas de barro e na cestaria. Os bancos dos kamaiurás, imitando animais, são cobiçados. Todos são agricultores. Mandioca, banana, amendoim e milho são culturas de base. Entre si, vivem de trocas. Começaram a exportar para São Paulo e Rio.
O coração do país é um lugar feliz.
Ali, festa e trabalho se confundem.
São 3 horas da manhã, e o silêncio da noite na floresta é cortado, de repente, pela batida surda dos tambores.
Começa a festa do Kahrankasaka, a "festa do tracajá feio", a pequena tartaruga que povoa os rios da região.
Só para homens.
Chocalhos nas pernas e nos tornozelos, cantam e dançam em círculo até o sol raiar, em homenagem à chuva que faz a água, à água que faz o rio, ao rio que alimenta os peixes, aos peixes que alimentam os homens.
O sol, a luz, o dia e a noite, as árvores, as onças e as pacas, antas e abelhas são homenageados.
Até mesmo o rato.
Os suyás acreditam que, por ter descoberto o milho,
o rato merece graças.
As mulheres também têm sua festa particular: a principal é a Yamurekumã, com data móvel. Reza a lenda que, cansadas de só comer o jacaré caçado pelos companheiros, elas os punem com uma greve sexual. Na noite em que o mito é relembrado, as índias surram os homens e nem o cacique e o pajé livram-se de boas bordoadas. É para feminista nenhuma botar defeito.
Os yawalapitis amarram as pernas e os braços para realçar a musculatura.
Altos, sadios, trabalham na agricultura e abastecem a casa com peixe e caça
Enquanto a civilização ainda engatinha com o v-chip,
a solução eletrônica que vai permitir aos pais censurar os programas de televisão inadequados para seus filhos,
os caciques do Xingu já resolveram o problema.
Foram radicais.
Eles perceberam que as brincadeiras das crianças tornavam-se violentas depois que assistiam a programas de televisão
e simplesmente baixaram a ordem: desligar os aparelhos.
Todo mundo obedece.
A paz vale ouro quando se é obrigado a conviver num espaço territorial limitado. A transformação dos índios ykpengs de selvagens ranzinzas e agressivos a um povo que valoriza a convivência pacífica é emblemática no Xingu.
Hoje, Aritana e Melobô estão unidos contra o inimigo externo,
os fazendeiros, que sempre ensaiam invadir a reserva.
"Um provérbio indígena questiona:
se somente quando for cortada a última árvore,
pescado o último peixe,
poluído o último rio,
é que as pessoas vão perceber que não podem comer dinheiro."

 

4 Comments:

Blogger Unknown said...

Que interessante. A gente aprende tanta coisa nessa blogosfera. Viva os indígenas do Brasil!!!

19 de abril de 2008 às 06:23  
Blogger Anunciação said...

Perfeito.Acho que nós chamados brancos deveriamos voltar um pouco às origens,refletir sobre os valores e se espelhar nesses povos que têm muito a ensinar.Beijão.

19 de abril de 2008 às 17:43  
Blogger literatura said...

Bonito o seu blogue e as sábias palavras que transmite. Parabéns por todo ele. Um beijo de Portugal pra si amiga

20 de abril de 2008 às 13:05  
Blogger ♥ Denise BC ♥ said...

Suelly
Que texto lindo e impecável.
Esse provérbio indígena, vem de encontro a nossa blogagem do Dia da Terra, e não poderia ser diferente, pois os índios são bichos da terra.

Bjs,
Denise BC

22 de abril de 2008 às 22:12  

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